Bebés e crianças na metade sul de Portugal estão entre os mais vulneráveis a sismos de grande intensidade, devido à maior exposição dessa região a atividades sísmicas.
Peritos em Engenharia e Geologia alertam que centenas de berçários e infantários no sul do país, instalados em edifícios antigos, correm risco de colapso em caso de sismo intenso. “É urgente um programa nacional de reforço de infantários e de escolas”, apela Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico (IST), doutorado em Engenharia sísmica.
Escolas no Algarve e em Lisboa são altamente vulneráveis a sismos e tsunamis. O LNEC recomenda reforço sísmico, mas falta acordo entre Governo e autarquias para financiar as obras.
A maioria dos hospitais públicos, incluindo Santa Maria e São José, é vulnerável a sismos. O novo Hospital de Todos os Santos também não tinha proteção sísmica adequada, mas o Tribunal de Contas ordenou a correção desse problema.
Na grande Lisboa, cerca de 600 mil pessoas vivem em edifícios vulneráveis a sismos intensos. Especialistas alertam para o “erro histórico” do PRR, que destina 700 milhões de euros a melhorias energéticas mas nada para reforço sísmico. Segundo o economista António Nogueira Leite, um sismo como o de 1755 causaria danos equivalentes a um ano de PIB.