Mais de 90 mil alunos sem pelo menos um professor e risco de terminar o ano letivo sem o conhecer

As aulas começaram na semana passada e hoje é o primeiro dia “a sério” do ano letivo para muitos estudantes. No entanto, há quase 1060 horários por preencher, o que significa que mais de 90 mil alunos estão sem professor em pelo menos uma disciplina. As regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve são as áreas com maior falta de professores, especialmente nas disciplinas de Geografia, Português, Matemática, Inglês e Tecnologias da Informação e da Comunicação.

De acordo com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), esta situação tende a agravar-se nas próximas semanas, devido ao aumento de aposentações e possíveis atestados médicos. O líder da Fenprof, Mário Nogueira, alertou que este ano letivo começa mal e provavelmente será um dos piores.

As escolas tentam preencher os horários em falta através da reserva de recrutamento e da contratação de escola. No entanto, existem limitações legais para a atribuição de horas extraordinárias, o que dificulta o preenchimento total dos horários. Além disso, a falta de professores também implica falta de vagas nas escolas, o que limita a possibilidade dos pais transferirem os seus filhos para estabelecimentos com menos falta de docentes.

O Ministério da Educação tem tentado colmatar esta situação através da extensão das turmas, mas ainda está longe de ser suficiente. Enquanto isso, os professores e trabalhadores das escolas iniciam uma semana de greve, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), em protesto pela recuperação do tempo de serviço e contra as injustiças no setor.

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