Parlamento diz não a referendo sobre fim das touradas

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O referendo proposto pelo PAN foi rejeitado por Chega, CDS-PP, Iniciativa Liberal, PSD, PS e PCP, recebendo apoio apenas do BE e Livre, com a abstenção de três deputados do PS.

O Parlamento chumbou hoje um projeto de resolução do PAN para a realização de um referendo sobre a abolição das touradas em Portugal e duas propostas que pretendiam interditar os eventos tauromáquicos a menores de 16 anos.

O projeto de lei do PAN foi rejeitado com votos contra de Chega, CDS-PP, PSD, PCP e 17 deputados do PS, abstenção da Iniciativa Liberal, e apoio de PS, BE, PAN e Livre. A iniciativa do BE teve votos contra de Chega, CDS-PP, PSD, PS e PCP, abstenção de sete deputados do PS, e apoio de BE, Livre, PAN e quatro deputados socialistas.

Os diplomas foram votados no final de um aceso debate sobre a proteção e bem-estar animal em Portugal em que o tema das touradas dividiu o plenário da mesma forma que divide a sociedade portuguesa.

Um “retrocesso civilizacional inqualificável” e uma “atividade cruel e atroz”. Foi assim que a deputada Inês Sousa Real, do PAN, começou por classificar as atividades tauromáquicas, entendendo que, como defendido há 200 anos nas Cortes Constituintes, os espetáculos tauromáquicos são contrários às luzes do século, e à natureza humana.

Deputados como Pedro Sousa (PS) e Mário Amorim Lopes (Iniciativa Liberal) argumentaram que o povo, e não o Parlamento, deve decidir sobre essas questões culturais.

O PSD, através de Gonçalo Valente, ex-forcado, pediu respeito pelas convicções de cada um. O CDS-PP defendeu a liberdade individual de assistir a touradas, enquanto o BE e o Livre criticaram os apoios públicos à tauromaquia, propondo seu fim.

“Ir a uma corrida de touros é um ato de liberdade”, defendeu também Pedro Pinto, do Chega, rejeitando igualmente a intenção de vedar os espetáculos tauromáquicos a menores de 16 anos, por defender que “quem educa as crianças são os pais”.