Um grupo de funcionários judiciais em greve concentrou-se nas escadarias do edifício onde funciona o Tribunal do Comércio, em Leiria. Durante o piquete de greve, os funcionários exibiram camisolas com a frase “Justiça para quem nela trabalha”. A manifestação não foi uma manifestação oficial, mas sim um encontro do piquete de greve, de acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal. Os agentes da PSP aproximaram-se dos funcionários e conversaram com António Marçal, que explicou que não estavam dentro das instalações em greve, como indicou a ministra da Justiça. O objetivo da manifestação era mostrar aos cidadãos que os funcionários judiciais não estão à venda e que a sua dignidade não tem preço. Os funcionários estão a exigir que o Governo preste atenção aos seus problemas e comece a agir. António Marçal denunciou que, apesar de uma decisão judicial que deveria ter ocorrido em 2021, as pessoas estão a receber menos do que em agosto. Os funcionários judiciais estão em greve desde janeiro e o presidente do SFJ acusa o Governo de fazer manobras de secretaria para intimidar as pessoas em vez de resolver os problemas. António Marçal alertou a ministra da Justiça de que é necessário resolver os problemas da justiça, não apenas os problemas dos trabalhadores. Ele mencionou que a União Europeia alertou o Governo português de que o princípio do Estado de Direito em Portugal está em perigo devido à falta de oficiais de justiça e à falta de resposta aos problemas da justiça. Segundo António Marçal, faltam cerca de uma centena de oficiais de justiça na Comarca de Leiria.
